SER Coach é, antes de mais, um elemento do SER. Da qualidade humana de SER. Muitos dirão que nos identificamos através daquilo que fazemos. “Sou médico”. “Sou canalizador”. ”Sou advogada”. “Sou empregada de mesa”. Um sem-número de seres que, muitas vezes, não são mais do que afazeres. Dizemos que somos aquilo que fazemos, sendo que, na realidade, não somos aquilo que dizemos que somos porque o que dizemos que somos não é mais do que aquilo que fazemos.
Quando afirmo que sou coach, não me refiro apenas àquilo que faço. Até porque faço mais além do coaching. Embora, nessas outras atividades, também esteja presente esta qualidade do ser. Do SER coach. E é curioso que esta forma de sentir aquilo que faço como fazendo parte daquilo que sou encontra respaldo nas competências chave da profissão de coaching. O modelo de competências da ICF – International Coaching Federation (referencial que sigo) inclui, de forma expressa, uma competência que dispõe que o coach “incorpora a mentalidade de coaching – “desenvolve e mantém uma mentalidade aberta, curiosa, flexível e centrada no cliente”. Ao integrar as competências do coach e ao desenvolver e manter uma mentalidade aberta, curiosa e flexível para que, quando com um cliente, possa estar plenamente presente, inevitavelmente estou a trabalhar o saber SER.
O domínio das competências chave de um Coach contribui de forma decisiva para quem se é, sendo excelente exemplo disso mesmo “o desenvolvimento de uma prática e reflexão contínuas” como requisitos que permitem a um coach estar sucessivamente a elevar a sua prática. Os processos de reflexão sobre a minha prática e sobre mim mesmo surgem como elementos integrantes de uma mentalidade que construo para SERvir. E como esse caminho deve seguir as melhores práticas, enquanto Coach que SOU, procuro ajuda externa sempre e quando necessário, quer seja mentoria, supervisão, coaching, terapia ou outras formas que me ajudem a construir-me como a “ferramenta” mais importante que um processo de coaching pode ter. E é neste caminho de SER coach que desenvolvo, nomeadamente, a consciência de mim próprio.
João Laborinho Lúcio
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