Os reflexos das reações que temos ao que nos rodeia são importantes pontos de partida para reflexões.
Sendo a nossa realidade interna, a interpretação que fazemos da realidade que vivemos, então as nossas reações são assim reflexo do que somos, pensamos e sentimos.
Este reflexo é a ponte para a questão aberta do que sou. Do que vejo, do que sinto. De como reajo, ou seja, do que reflito.
Fazer esta travessia, guia-me a um mundo de infinitas respostas e descobertas antes ocultas.
Poderá ser este reflexo, o que me é oferecido como um presente de autoconhecimento?
Este presente constituído por um passado que me trouxe até aqui. Com o trampolim da dor para o crescimento. Uma dor que impele à ação. Um novo agir. Um fazer diferente, que só é possível quando compreendo que reflexo sou eu da minha história?
Refletir, questionar, abre o espaço à descoberta. Esse caminho que premeia os curiosos e corajosos a conhecerem-se.
Acredito que é no desconforto que encontramos a maior oportunidade de crescimento e que só é possível quando abrimos os braços ao que nos incomoda. É aí, nesse espaço que a evolução acontece: fora do quadrado confortável onde a permanência é sinónimo de segurança. E onde esta segurança, falsa protetora, pode ser inimiga de uma profunda sabedoria de mim.
Este quadrado onde se luta ou se foge dos espelhos, onde o reflexo se torna ele próprio incandescente, ao ponto de não nos vermos e não querermos reconhecer essas mensagens que nos chegam das mais diversas formas e as reações muitas vezes condicionadas que temos. Repetidas. Os tais padrões.
“Tudo o que nos irrita nos outros pode-nos levar a um melhor conhecimento de nós mesmos” (Carl Jung).
Ter a capacidade de sentir que as situações e as pessoas à nossa volta nos espelham, principalmente quando nos desagradam, é ter a consciência e a capacidade de me auto observar. Ver mais além.
De colocar o foco em mim e a questão aberta: o que é que esta situação, ou estas emoções estão a dizer-me?
Esse é o desafio daqueles que passam por nós e nos incomodam. Este é o presente que nos empurra para um futuro melhor. Para Ser melhor. Para mudar e transformar. Ou escolher.
Por vezes só de empurrão se pega na vida.
A evolução da condição humana dá-se por duas vias: amor e sofrimento, sendo este último o portal mágico para o crescimento se assim escolhermos olhar para ele, como parte de um bem maior.
Por vezes, só assim a vida nos obriga a olhar para nós. É este o espelho-reflexo que reclama por aceitação. Por escolher ver a vida e abrir os braços.
Nesta aceitação está a base de um futuro cheio de presentes.
O de um estado interior de existência. Invisível aos olhos, compreendido à luz da consciência.
Espelhos que são oportunidades de melhoria. Que são respostas. Se as quisermos ver e crescer com elas.
Espelho meu, espelho meu… Que reflexo sou eu?
Alexandra Cordeiro
nowuknow – your journey of u