Ir na onda da nossa verdade. Daquela que bate fortemente e grita por vezes tão alto para ser ouvida na areia movediça da racionalidade.
Para Albert Einstein “a única percepção verdadeiramente importante é a intuição. (…) É a linguagem da alma guiada pelo caminho da experiência inconsciente escondida no nosso cérebro, no nosso corpo, na união de todas as dimensões que compõem a inteligência intuitiva, pelo meio da qual podemos ser mais receptivos ao nosso mundo interior.”
A intuição é o que mais se aproxima do que realmente somos, o que vai de encontro ao que queremos, ao que sentimos. É na ação desse intuir que encontramos o equilíbrio. Quando alinhamos tudo isso com o que fazemos.
Muitos de nós tomamos decisões baseadas em meditações, pensamentos, fatos. Outras vezes, apenas baseadas na intuição. Ninguém pode garantir que por seguir a intuição, tomamos as decisões mais acertadas. Até porque neste âmbito, não há certo ou errado. Há um caminho a ser percorrido, como fazendo parte do nosso processo de aprendizagem e crescimento, o qual é sempre uma opção. Escolher ou não, seguir e acreditar.
Seguir aquela verdade, que é a nossa verdade, como algo único, pessoal, intransmissível. É um caminho que, por vezes, requer distância com o que não está alinhado com o meu propósito. Propósito este por vezes desconhecido. Ou esquecido, sempre que nos afastamos dos nossos valores. No que acreditamos, no que nos guia. Mesmo assim, quando sentimos que algo não está bem, parece que todos os sinais apontam para a necessidade de mudar. Fazer diferente. Ir por outro caminho. Quem sabe até, acompanhados pelas pessoas que partilham de alguma conexão e empatia pelas escolhas que fazemos.
Esse é o maior filtro que podemos ter. Quem nos respeita e aceita como somos, mesmo não tendo os mesmos interesses, atividades ou concordâncias, continua connosco. É aqui que mora a verdade. A que dá espaço à liberdade para nos mostrarmos vulneráveis. Pois só desta forma, é possível criar ligações genuínas com o que nos rodeia. Com significado. E sentirmo-nos em equilíbrio. É nesta vulnerabilidade de mostrar ser quem somos, permitindo-nos ser vistos, que se promove a autenticidade de ser, de criar ligações, comigo, contigo, com os outros, com o mundo.
É neste estado de consciência que despertamos o sentido da clarividência e da intuição. Quanto mais conexão com as nossas raízes, com a nossa essência, mais força temos para crescer e abrir a dimensão de uma confiança maior. No que nos rodeia, no que nos chega pelas mais diversas formas. E cada vez mais sentimos a existência de um magnetismo que liga as situações, as pessoas, numa linha contínua do tempo. Que cria conexões que não se explicam. Vivem-se.
Arrisco a dizer que muitas não são por acaso.
Todas as experiências pelas quais vamos passando, permitem-nos testar a nossa capacidade intuitiva. Quantas vezes se sobrepõe o ‘correto’ ao que realmente sentimos que devemos fazer. Sentimos sim. Porque a intuição não é pensada. É sentida. Proveniente de múltiplas inteligências. Daí a importância de compreendermos e gerirmos as nossas emoções. Uma vez conseguido, é possível chegar a uma dimensão diferente, de uma confiança e uma segurança plenas, difíceis de explicar, fáceis de sentir. Pois, “uma vez que consigamos controlar e entender as nossas emoções, nos permitiremos pensar “em Zen”, ou seja alcançar um estado mental de calma profunda” (Daniel Goleman), permitimos a abertura a um mundo interior ou universo maior.
É um super poder que vai muito além das nossas capacidades e inteligências psíquicas e que todos os seres humanos têm e podem desenvolver. Aquela luz mental, as sensações do coração, a linguagem dos sons, imagens, palavras, formas que falam connosco.
Quanto menos medo, preconceito e barreiras mentais tivermos, e mais atenção, liberdade e recetividade, mais desenvolvemos esta capacidade, que se torna numa autêntica ferramenta de cultivo no dia a dia: sabedoria. Única e particular em cada pessoa.
Nem sempre temos sinais verdes para avançar. Por vezes temos alertas em como não é por ali. E há coisas que não se explicam. Simplesmente acontecem. Descobrir esse sentido, é uma dádiva. Pois não há maior riqueza do que saber para onde nos guia a intuição e aí descobrir o caminho que nos leva ao propósito. De sermos quem realmente somos, o que nos faz sentido e o que queremos.
Apesar de não saber onde vamos dar, sabemos que é o certo. Para nós. Para mim. Para ti.
Quando escolhemos viver com a coragem de agir alinhada com a intuição, escolhemos a liberdade. Escolhemo-nos. Numa fusão de autoconhecimento, elevação de consciência e respeito. Dando-se a conexão à essência.
É um ir na onda da nossa verdade, que nos traz de regresso a nós.
Aprender a viver em conexão com o nosso mundo interior e exterior, permite-nos encontrar a verdadeira união do todo que somos. Permite-nos Ser únicos em todos os nossos mundos.
“Para nos conhecermos, não precisamos de dividir ou separar, mas de unir” (Pablo D’Ors).
Alexandra Cordeiro
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